Os dermatófitos constituem grupo de fungos que requerem queratina para crescimento, colinizando a pele e anexos de animais e do homem. Embora não sejam patógenos obrigatórios, Microsporum gypseum, M. canis e Trichophytonspp. relacionam-se a infecções em animais, causando classicamente lesões circulares na pele. Embora as dermatofitoses por dermatófitos geofílicos ocorram em menor grau, M. gypseum é a principal espécie envolvida e estes quadros devem ser considerados. Dentre os fatores que fazem com que os dermatófitos, tenham capacidade de infecção para animais, destacam-se enzimas como DNase, gelatinase, lipase, queratinase, elastase e colagenase, que foram avaliadas neste trabalho. O hábito dos animais domésticos permanecerem em contato íntimo com a terra, em quintais, vias públicas e parques, justifica o estudo de sua patogenicidade e a diferenciação do perfil enzimático de isolados clínicos e ambientais de dermatófitos, o que pode colaborar para estratégias de controle e prevenção da dermatofitose. Nossa pesquisa tem como objetivos o isolamento clínico e ambiental de fungos dermatófitos, avaliando a produção de DNase, lipase, gelatinase, queratinase, elastase e colagenase, enzimas relacionadas à virulência dos mesmos e a comparação da capacidade de produção dessas enzimas relacionadas à patogenicidade entre as cepas clínicas e ambientais. As cepas ambientais foram obtidas através da técnica descrita por Vanbreuseghem (1952), que emprega pelos estéreis de equino misturados ao solo umedecido, sendo utilizadas amostras de solo oriundas de diferentes locais do Brasil. As amostras clínicas foram oriundas de pelos e crostas de animais enviadas ao Serviço de Diagnóstico Microbiológico Veterinário/UFRRJ e semeadas em meio Mycosel®. A avaliação enzimática dos dermatófitos foi feita por leituras de absorbância em espectrofotômetro (colagenase, elastase e queratinase), formação de halo de degradação em placas (DNase e lipase) e liquefação em tubos (gelatinase). O projeto foi protocolado sob o CEUA nº 1395270617, sob a responsabilidade do professor Francisco de Assis Baroni e teve grande parcela custeada pelo próprio laboratório no qual foram desenvolvidas as atividades, uma vez que o mesmo conta com boa parte dos materiais e equipamentos requeridos durante a pesquisa.